sexta-feira, 27 de julho de 2012

Brasileirão 2012 – Rodada 12

  • A décima segunda rodada do Brasileirão foi marcada pela queda do último invicto. No Olímpico, o Grêmio recebeu o Fluminense em confronto direto de duas equipes que prometem brigar na parte de cima da tabela até o fim, e venceu pela vantagem mínima, gol de Kleber.
  • Dos 25 gols anotados na rodada, 14 saíram em apenas duas partidas. Em Recife, o Coritiba deu inicio a sua reabilitação sobre o Náutico ao vencer o time da casa por 4 a 3. Leonardo duas vezes, Pereira e Robinho fizeram para os visitantes, enquanto Souza, Kieza e Rico marcaram para o Timbu. A vitória tirou o Coxa da temida zona de rebaixamento. No Serra Dourada, o até então lanterna Atlético-GO recebeu o São Paulo e massacrou o tricolor paulista na primeira etapa, quando abriu 4 a 1 no placar, gols de Marino, Wesley, Patric e do goleiro Márcio para os goianos e de Ademilson para os paulistas. Na etapa final, o time do Morumbi chegou a diminuir a vantagem para 4 a 3, com gols de Jadson e Rafael Tolói, no entanto, ficou mesmo nisso.
  • Duas equipes estrearam novos treinadores na rodada, e tiveram dois resultados bem distintos. O Figueirense, do recém chegado Hélio dos Anjos foi derrotado por um tento a zero em pleno Orlando Scarpelli pelo Internacional, gol de Dagoberto. Enquanto o Bahia, de Caio Junior, foi até a Arena Barueri e com dois gols de Souza, bateu o Palmeiras.
  • O Galo segue mais líder do que nunca. Nesta quinta-feira, o time mineiro recebeu o Santos na Arena Independencia e precisou mostrar força para bater o Peixe e a arbitragem, que anulou de maneira equivocada dois gols legítimos do Atlético-MG. Ainda assim, o Galo teve outros dois gols que valeram e conseguiu mais uma vitória. Danilinho e Rever marcaram para o ponteiro do campeonato. Pelo mesmo placar, o Cruzeiro caiu diante do Corinthians no Pacaembu que mais uma vez recebeu o melhor publico da rodada (30 mil pagantes). Chicão, de pênalti, e o aniversariante Paulinho fizeram para o atual campeão nacional.
  • Outros resultados: No Moisés Lucarelli, a Ponte Preta recebeu o Sport e não passou de um empate com um gol para cada lado. André Luis marcou para a Macaca, e Marquinhos Gabriel fez para o Leão; No Engenhão, sob os olhares do novo comandante Dorival Junior, o Flamengo não passou de um empate sem gols (e sem graça) com a Portuguesa.

O JOGÃO DA RODADA

VASCO 1x0 BOTAFOGO

(Análise do amigo Igor Rufini, do A Prancheta)

Juninho e Seedorf inegavelmente eram as figuras centrais do clássico entre Vasco e Botafogo de ontem. Resumir, porém, a partida nesses dois craques não é postura de mídia responsável. É preciso se ter em mente que o maior duelo não era entre esses dois jogadores, mas sim entre duas das maiores equipes do futebol carioca, brasileiro e mundial.

Vasco e Botafogo, ambos em um “bom ano”, credenciados à grandes objetivos no Campeonato Brasileiro, prometiam fazer um jogo extremamente equilibrado. Principalmente no meio de campo.

Enquanto o Botafogo tem jogadores de meio de campo como Renato, Seedorf, Andrezinho, Vítor Júnior e Elkeson; o Vasco tem Juninho Pernambucano, Wendel, Carlos Alberto e Éder Luís. Grandes jogadores dos dois lados. Mas como se sabe, no futebol não se basta ter bons jogadores. Tem de saber jogar!

Nesse sentido, o Vasco deixou a igualdade da qualidade técnica de lado. Superou o Botafogo na organização de jogo. Cristóvão Borges, apesar de duramente criticado, sabe montar equipes. Ontem, novamente, o organizado time vascaíno trouxera uma estratégia de jogo interessantíssima.

O Botafogo também era organizado. A estratégia de Oswaldo também era boa. Só não foi melhor que a de Cristóvão, que soube, e muito bem, usar todas as suas armas e anular as do adversário.

Para tal, o treinador vascaíno escalou o time em um 4-3-2-1 (esquema amplamente utilizado desde a chegada de Ricardo Gomes). O 4-3-2-1 era maleável, no sentido que dava liberdade para Carlos Alberto jogar tanto pelo lado esquerdo quanto pelo centro. Maleável, também, pela liberdade dos volantes Nílton, Juninho e Wendel atacarem.

Um ponto alto desse “novo”, refeito, mas não descaracterizado Vasco, é a mudança nas laterais. Fágner e Thiago Feltri deram lugar à Auremir e William Matheus. A mudança não foi só nos nomes. Implicou muito mais que isso.

Os novos laterias vascaínos possuem características bem diferentes das dos antigos. Enquanto Fágner e Thiago Feltri eram ofensivos e muitas vezes deixavam espaços vazios na retaguarda, Auremir, originalmente volante, e William Matheus, por muitas vezes zagueiro, são defensivos. Prezam pela marcação. Sobem menos para o ataque, mas deixam pouquíssimos espaços.

A mudança não alterou somente a forma de jogar pelos lados de campo. Ela deu liberdade para Nílton, Wendel e Juninho jogarem mais soltos. É nitidamente perceptível a subida de produção dos volantes do time. Logicamente que a entrada de Wendel também ajudou bastante e deu muita qualidade ao meio de campo. Mas as mudanças nas laterais foram ainda mais fundamentais.

Com laterais presos, meio de campo participativo, Carlos Alberto com liberdade, o Vasco enfrentou o Botafogo da seguinte maneira:

vasco - bota 1

Do lado botafoguense, Oswaldo se preocupou principalmente com seu meio de campo. O treinador ainda vive um dilema: como escalar Seedorf da melhor maneira? A ideia da vez foi sacar Fellype Gabriel e liberar Andrezinho para a criação de jogadas.

Na nova configuração tática, o Botafogo tentou um “Christmas Tree” (famoso esquema “Árvore de Natal”: 4-3-2-1 com meias ofensivos centralizados). A ideia era, de fato, muito boa, a execução, porém, esbarrou em alguns detalhes. Como, por exemplo, a não adaptação de Renato à nova função.

Para a segunda etapa, o Vasco se manteve no seu bem montado esquema de jogo. Já o Botafogo, mudou do 4-3-2-1 para um 4-2-3-1, recuando Seedorf.

vasco - bota 2

O esquema deu poder ao time alvinegro. Insuficiente, porém, para deter a solidez, inteligência e aplicação tática dos comandados de Cristóvão Borges que, contemplados com a raça de Juninho Pernambucano, chegou ao gol da vitória com Alecsandro. 1 a 0 Vasco. Vitória para quem se organiza e sabe o que quer.

Vitória para o “burro com sorte” que faz um excelente trabalho, mesmo com todas as dificuldades de perdas e desfalques.

O CRAQUE DA RODADA

SOUZA

souza

Autor dos dois gols da vitória do Bahia sobre o Palmeiras, em plena Arena Barueri. Importância maior ainda, se levarmos em conta que sem a vitória, o tricolor da boa terra seria hoje o lanterna do campeonato.

SELEÇÃO DA RODADA

seleção rodada 12

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