segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Palmeiras 2x1 Corinthians – Consistente e Consciente

Há cinco jogos sem vencer e eliminado da Copa Sul Americana, o Palmeiras tinha no clássico contra o rival Corinthians a chance de reanimar seu torcedor e entrar no returno do Brasileirão mais vivo do que nunca na briga pelo título. Por outro lado, o Corinthians também precisava do triunfo para apagar a má impressão deixada na reta final do turno, onde até então, havia conquistado apenas nove dos últimos 24 pontos disputados.

Sem poder contar com o lateral Cicinho, suspenso, Felipão deslocou Marcio Araújo para o setor. Postado no mesmo 4-2-3-1 utilizado ao longo do campeonato, essa foi a única mudança no time verde.

No lado corinthiano, Tite também não pôde contar com seus laterais titulares. Na direita, Alessandro e Weldinho, ambos machucados, foram substituídos pelo improvisado Wallace, enquanto na esquerda, Ramon entrou na vaga de Fabio Santos. Outro desfalque no time foi Alex. O meia, que vinha crescendo de produção, sentiu um incomodo e foi substituído por Emerson, voltando a jogar com dois homens de velocidade pelos lados do campo.

palmeiras 2-1 Corinthians

Assim, o time do Parque São Jorge começou melhor, mantendo a posse da bola e trabalhando no campo de ataque, porém sem ameaçar o gol palmeirense. O Corinthians tocava a bola, porém, sem a velocidade de outrora e com os laterais “travados” no campo de defesa, era incapaz de furar o forte bloqueio defensivo adversário.

Em um raro momento em que Ramon foi ao ataque, o lateral fez bela jogada, passou por dois marcadores e soltou a bomba para a defesa de Marcos. Na sobra, Paulinho também tentou a finalização, que ficou na marcação e sobrou para Emerson. Pelo lado direito, Sheik tentou o cruzamento e a bola entrou direto no gol de Marcos.

Logo após o gol, o Corinthians teve ainda chance de ampliar, desperdiçada por Liedson. Perdendo o jogo e dominado em campo, Felipão decidiu mexer ainda na primeira etapa, trocando o inoperante Patrik pelo recém contratado Fernandão. Com a mudança, Kleber passou a sair mais da área para buscar o jogo, e carregando consigo a marcação dos zagueiros, abria espaços para as infiltrações, especialmente de Luan pela esquerda.

Numa dessas, o camisa 21 foi ao fundo e acabou desarmado por Wallace, que jogou para escanteio. Na cobrança, o goleiro Julio César saiu mal, a zaga bobeou e a bola acabou nos pés do próprio Luan, que fuzilou para empatar.

Foi apenas a primeira falha da defesa corinthiana no cotejo, já que no começo do segundo tempo, um novo vacilo da dupla de zaga decidiu o resultado. Leandro Castan saiu para acompanhar Kleber, e Chicão, saiu na cobertura, porém, errou na linha de impedimento. Resultado, Marcos Assunção encontrou Fernandão completamente livre às costas do camisa 3, o estreante matou no peito e tirou de Julio César para definir o placar.

Na base do abafa, o time do Parque São Jorge cresceu e foi melhor durante o último quarto do jogo, mas, diante de um Palmeiras consistente e consciente, não teve capacidade de chegar ao empate.

Nova derrota alvinegra, que apesar da liderança, fecha o turno com uma “mini-crise”, causada pelo baixo aproveitamento de apenas 33,3% nas últimas nove rodadas. Em contrapartida, o triunfo palmeirense recupera a auto estima verde, em baixa após a queda na Copa Sul Americana e recoloca o time do Parque Antarctica na briga pelo campeonato nacional.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A mudança que decidiu e a volta da confiança

É senso comum que para brigar na parte de cima de um campeonato longo e equilibrado como o Brasileirão, é fundamental ter um elenco numeroso e qualificado, com um bom time titular e peças de reposição à altura.

Ainda assim, alguns treinadores ainda correm o risco de sofrerem com as peças pregadas pelas casualidades do decorrer da competição, como lesões e suspensões.

Foi um problema que Tite encarou na última partida, diante do Atlético Mineiro em Ipatinga. Com o titular da lateral esquerda, Fabio Santos, no estaleiro por cerca de dois meses e o seu substituto imediato, Ramon, também lesionado, o treinador corinthiano foi obrigado a improvisar no setor.

Weldinho, que ocupou a lateral direita nas treze rodadas em que Alessandro esteve fora e voltou ao banco com o retorno do camisa 2, foi quem atuou no setor. Não funcionou.

Deslocado, ficou nítido o “incomodo” do camisa 18 na lateral oposta. Na contenção, foi incapaz de conter os avanços de Patric, que explorava bem o setor. No apoio, ao contrário do que fazia na direita, não buscava o fundo do campo, centralizava e facilitava para a defesa atleticana.

Mas esse não foi o único problema na equipe de Tite. Pela meia direita, Danilo e Paulinho não se entendiam como acontecia entre o volante e Willian. Alessandro não dava opção como Weldinho o fazia pela lateral. O veterano, por sinal, fez uma partida muito fraca tecnicamente. Além disso, Liedson ficava muito isolado no comando do ataque, sem a aproximação do trio de meias. Jorge Henrique verticalizava demais as jogadas e não buscava a penetração na área, e Danilo, centralizava para abrir o corredor para Alessandro, que não o explorava.

Com todas essas deficiências, o Corinthians foi incapaz de levar perigo ao gol de Renan Ribeiro e se tornou presa fácil para o Galo, que com certa facilidade (e uma pequena colaboração do árbitro Marcelo de Lima Henrique, ao anotar o pênalti que originou o segundo gol mineiro), abriu dois tentos a zero sobre o líder do campeonato ainda na primeira etapa.

Corinthians 1 Na primeira etapa, no 4-2-3-1 de toda a temporada: Weldinho na esquerda e o isolamento de Liedson “liquidaram” o Corinthians.

Na tentativa de corrigir os erros apresentados na etapa inicial, Tite trocou o seu pior homem em campo, Alessandro, por Emerson “Sheik”. Com a mudança, Weldinho voltou para a sua posição de origem e Jorge Henrique passou a ocupar a lateral esquerda.

Em função da entrada do camisa 11, o time saiu do seu habitual sistema de 4-2-3-1 utilizado desde o inicio do campeonato e se repaginou em um 4-3-1-2, com Alex na articulação e Sheik fazendo companhia a Liedson.

Corinthians 2 Com a entrada de Emerson, o time migrou para um ofensivo 4-3-1-2 para buscar a virada.

Assim, o time ganhou em movimentação e voltou a ser aquele dos 93% de aproveitamento nas primeiras dez rodadas do certame. Controlando o jogo, mantendo a posse da bola e encurralando o rival em seu campo de defesa, o alvinegro paulista não demorou a chegar ao empate, em gols de Emerson e de Alex, cobrando penalidade sofrida pelo próprio Sheik.

Emerson entrou muito bem e foi o diferencial em favor do Corinthians na partida, fazendo aquela que é disparada a sua melhor atuação desde que chegou ao Parque São Jorge. Além do gol e do pênalti sofrido, Sheik ainda criou diversas oportunidades, se movimentou bem, buscou tabelas e enlouqueceu a defesa mineira, antes de desviar cruzamento do “lateral” Jorge Henrique para que Liedson virasse o placar.

Uma mudança inteligente e pontual de Tite para virar o jogo e levar três importantes pontos de Minas Gerais. Uma vitória emblemática, que devolve a confiança a um grupo forte e homogêneo, que precisava de um trunfo como esse para renascer na competição.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Noite do 13.

 

botafogo 4x0 vasco 

A mística torcida botafoguense podia esperar por algo especial quando Zagallo tocou para o camisa 13, Loco Abreu, no pontapé inicial do clássico contra o Vasco.

Suspenso, Maicosuel deu lugar a Felipe Menezes no meio campo. A mudança tirou a velocidade, no entanto, deu mais cadência à meia cancha. Com inteligência e paciência, Menezes e Renato articulavam as tramas ofensivas alvinegras.

Se o meio campo ficou mais lento com a ausência de Maicosuel, na lateral Cortês tratou de impor velocidade, e com habilidade, criar bons lances pelo lado esquerdo. Como na primeira boa oportunidade do jogo, quando o lateral rolou para Marcelo Mattos soltar a bomba de fora da área que Fernando Prass fez boa defesa.

Apesar da boa intervenção na primeira chance, o arqueiro nada pôde fazer na segunda, quando Renato cobrou escanteio e Antonio Carlos apareceu no primeiro pau para desviar no canto direito de Prass e abrir o marcador. Também em cobrança de escanteio, o Vasco teve a chance de empatar na seqüência, mas Jefferson fez linda defesa em cabeçada de Alecsandro.

O lance serviu para o time cruzmaltino acordar e passar a ter mais a bola, porém, com Marcelo Mattos fechando o cerco para Diego Souza e Renato acompanhando Felipe, a articulação vascaína ficou comprometida e o time não conseguia levar perigo ao gol de Jefferson.

Na base dos contragolpes, o Botafogo ampliou quando Cortês voltou a aparecer. O lateral roubou a bola ainda no campo de defesa e avançou com ela até o meio campo, quando fez ótimo lançamento para Herrera bater forte e Fernando Prass defender parcialmente. No rebote, Loco Abreu apareceu para tocar de direita no gol vazio.

Mais pensador e menos corredor, o Botafogo controlava bem o jogo. Dominava as ações da partida e articulava com paciência a partir da intermediária ofensiva. Felipe Menezes, peça chave no ritmo de jogo demonstrado pelo time de General Severiano, apareceu muito bem quando achou Lucas completamente livre pela direita. O lateral, que substituiu o fraco Alessandro, levantou na área, Prass afastou mal e Elkeson tocou de cabeça para Loco Abreu encher o pé esquerdo e fazer o terceiro.

Após o massacre sofrido na primeira etapa, Ricardo Gomes voltou com Juninho Pernambucano na vaga de Marcio Careca, deslocando Jumar para a lateral esquerda. Apesar da qualidade indiscutível do “Reizinho”, não acho que era o momento para o camisa 8. Com Diego Souza apagado, o time precisava de mais velocidade.

Embora seja um grande jogador, um problema que Diego Souza carrega consigo há muito tempo é o seu estopim curto. Especialmente quando não joga bem, como no clássico deste domingo. Resultado disso foi o bate boca entre o camisa 10 e o árbitro Marcelo de Lima Henrique, que culminou com a expulsão do meia vascaíno.

Antes disso, Loco Abreu perdeu duas ótimas oportunidades de ampliar o marcador. Uma, em linda defesa de Fernando Prass e outra quando o avante acertou o travessão após mais um cruzamento de Cortês, o homem do jogo que deu lugar a Marcio Azevedo após o lance.

Quem ampliou foi Herrera, aproveitando boa jogada de Renato. O camisa 8 carregou por dentro e na entrada da área serviu para o argentino tirar de Fernando Prass e fechar o placar.

Uma goleada tão importante quanto improvável, devido ao ótimo momento que vivia o time da Colina e a inconstância do Glorioso. Um resultado que dá mais tranqüilidade no ambiente botafoguense, pois só assim o bom time de Caio Junior poderá render tudo o que pode e manter uma regularidade para continuar a luta na parte de cima da tabela.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Hora de Acordar

despConfesso que não vi o “jogo dos desesperados” entre Grêmio e Atlético-MG na noite de ontem. Optei em ver o duelo entre o líder Corinthians e o lanterna América-MG. Assim, não posso fazer uma profunda analise sobre o confronto do Olímpico. O que posso fazer é uma analise do momento complicado que vivem as duas equipes.

Ambos “namoram” com a zona de rebaixamento desde o inicio do campeonato, e só não fazem parte dos quatro piores ainda porque equipes como Avaí e Atlético-PR que figuram na temida zona desde a primeira rodada, demoraram a se encontrar e vencer – sem contar o Santos, que tem ainda três jogos por fazer e deve sair da posição incomoda.

Mas, o crescimento de catarinenses e paranaenses nas últimas rodadas (dos últimos quinze pontos disputados, nove e seis ganhos, respectivamente) assusta e deve servir de alerta para os dois gigantes que ficaram no empate em dois tentos pra cada lado.

GremioNo Tricolor Gaúcho, uma reformulação começou há pouco. Primeiro com a queda do vice- presidente de futebol Antônio Vicente Martins, que deu lugar a Paulo Pelaipe. O novo cartola já chegou disparando para todo lado, afirmando que o time precisava de reforços em todos os setores, na defesa, meio e ataque.

Correu e acertou o primeiro reforço, para o ataque. Seria Wellington Paulista, mas por problemas na documentação, a transação não se concretizou. Pelaipe foi rápido e pouco depois acertou com Brandão. Francamente, não é um nome que me agrada. Por mais que seja (pouco) melhor que o atual centroavante gremista, André Lima, ainda está longe de ser a solução para os problemas do Imortal, que detém o sexto pior ataque do Brasileirão, com apenas 14 gols.

Outro nome recém chegado é Dema, zagueiro que estava na Chapecoense e que fez parte do time do Paulista de Jundiaí campeão da Copa do Brasil de 2005, ao lado de Victor e Rever.

A troca no comando técnico foi outra solução tomada pelo cartola, logo após o empate com os mineiros. A “invenção” com Julinho Camargo não funcionou, ficou claro que não tinha cancha suficiente para comandar um time do tamanho do Grêmio. Celso Roth é quem assume o cargo. Aí sim, um nome que me agrada, pelos seus últimos trabalhos a frente de Inter, Atlético-MG e do próprio Grêmio. Roth tem bagagem, é rodado e saberá lidar com a pressão que o time vive. Além de ter se consagrado por boas campanhas com elencos apenas medianos, caso do Grêmio.

Atlético MGA situação no Galo não é diferente. Com apenas 15 pontos conquistados, o time é somente o 14º colocado na tabela. Nas últimas dez rodadas então, o desempenho é ainda pior. Foram só oito pontos em trinta disputados, pífios 26% de aproveitamento.

Desde que o presidente Alexandre Kalil assumiu o posto, em outubro de 2008, jogadores chegam e saem em demasia, e com isso, o time nunca tem uma “cara”, não cria identidade, não se impõe. Só neste ano, já foram 19 contratações. Quase dois times inteiros. O presidente é um dos responsáveis pela seqüência de fracassos, por não conseguir manter uma equipe.

Dorival Junior, a exemplo do presidente, já faz hora extra no Galo há um bom tempo. Ao contrário do ano passado, quando o treinador chegou e conseguiu impor um estilo de jogo ao time e com isso livrar os mineiros de um novo rebaixamento, nesse ano o comandante ainda não emplacou uma equipe forte o suficiente para fazer frente no tão equilibrado certame nacional. Renovar o comando técnico nem sempre é solução, mas no caso do Galo, vejo como uma saída fundamental para mexer no brio dos jogadores e quem sabe alavancar uma nova campanha de recuperação.

Recuperação. Essa é a palavra chave nos dois times. Dois times gigantes, de camisa pesada e torcida imensa, que já passaram pelo pesadelo da segunda divisão e precisam acordar enquanto é tempo. Daqui a pouco poderá ser tarde demais.