segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pobres Millionários

River Plate Se no futebol brasileiro, cinco tradicionais clubes ainda não tiveram o desprazer de descer à segunda divisão – Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Santos e São Paulo – ,na Argentina, apenas dois ainda ostentam a honra de jamais terem sido rebaixados.

Isso porque na tarde de ontem, o tradicional e maior campeão do país, River Plate, precisava vencer o modesto Belgrano, de Córdoba, por dois gols de diferença, mas não passou de um empate por um a um, que o levou para a B nacional.

Sem dúvidas, o mais triste capítulo da gloriosa história dos Millonários, que se consagraram no cenário do futebol mundial por seus craques e grandes esquadrões. Dentre esses notáveis jogadores, destaca-se Alfredo Di Stefano, um dos maiores jogadores de todos os tempos; Enzo Francescoli, ídolo de ninguém mais ninguém menos que Zinedine Zidane; Angel Labruna, maior artilheiro da história do clube.

Há ainda outros nomes de peso, como Ubaldo Fillol, Felix Loustau, Ramon Angel Diaz, Ariel Ortega, Marcelo Salas, além de Daniel Passarella, ídolo de uma geração vitoriosa e atual presidente da equipe e ídolos atuais do futebol argentino, como Javier Mascherano e Gonzalo Higuain, ambos presentes no grupo que defenderá a albiceleste na Copa América.

Do super time dos anos 40 até a última geração vitoriosa no fim dos anos 90, foram inúmeras esquadras de respeito a vestir a tradicional camisa branca e vermelha e conduzir La Maquina a ser a potência que é e que nunca deixará de ser.

Tomara que assim como as potências brasileiras que já visitaram o inferno da serie B, o River Plate dê a volta por cima e volte ainda mais forte para a elite nacional, pois o futebol mundial perde muito sem a tradição Millonária, sem o super clássico contra o Boca e sem os craques, que dali surgiam e voltarão a surgir.

Corinthians 5x0 São Paulo - Com requintes de crueldade

Nem os inúmeros desfalques que castigaram o São Paulo, nem mesmo a tola expulsão de Carlinhos Paraíba (a meu ver, justa), por volta dos 40 da etapa inicial, podem justificar o amplo domínio corinthiano e o elástico placar do clássico de ontem no Pacaembu.

Sem poder contar com Lucas, Rhodolfo, Rodrigo Souto, além de Juan e seu reserva natural, o jovem Henrique Miranda, Carpeggiani ainda recebeu um duro golpe de última hora, com a ausência de Casemiro devido a uma amigdalite. Com isso, o técnico tricolor se viu forçado a usar ainda mais garotos da base do que de costume, lançando Rodrigo Caio (de apenas 17 anos) no meio campo e improvisando Luiz Eduardo na lateral esquerda.

Apesar das ausências, o treinador tentou manter o mesmo sistema e mesma proposta de jogo. Um 4-3-2-1 apostando na marcação individual e nos contragolpes em velocidade. Não funcionou.

Não funcionou porque do outro lado tinha um Corinthians consistente e determinado a apagar a última derrota para o rival. Mantendo a posse da bola e apostando nas tramas a partir do lado esquerdo de seu ataque, o alvinegro já dominava o jogo enquanto o adversário ainda tinha onze homens em campo, a ponto de chegar a 11 finalizações contra apenas uma são paulina, e sobrou na segunda etapa, com um jogador a mais.

Sobrou o time e sobrou Danilo. O camisa 20 foi senhor no meio campo e ditou o ritmo do jogo, começando pelo gol logo a um minuto da etapa inicial, após passe de Jorge Henrique e lindo corte que deixou Bruno Uvini e Rogério Ceni sentados.

O gol foi o cartão de visitas do meia, que juntamente com Liedson, só não fizeram chover no Pacaembu. O camisa 9, que não marcava há três jogos, mostrou o oportunismo de sempre para fazer o segundo gol corinthiano, aproveitando rebote de Rogério Ceni.

Em seguida, anotou também o terceiro e o quarto tento alvinegro, ambos com assistência de Danilo. Primeiro, recebeu na pequena área, girou sobre Xandão e soltou a bomba para bater Rogério, e depois, o “Levezinho” complementou cruzamento do meia e com apenas um tapa botou a bola no fundo das redes para completar o hat-trick.

Gritos de “olé”, longas trocas de passes colocando o tricolor na roda, dribles desconcertantes, tudo isso ia minando cada vez mais o time do Morumbi e tornando a goleada ainda mais humilhante. Mas a cereja do bolo ainda estava por vir.

Aos 36 da etapa final, Jorge Henrique recebeu na esquerda, fintou pra dentro e arriscou chute despretensioso de fora da área para contar com falha grotesca de Rogério Ceni e definir o marcador com um frangaço do arqueiro tricolor.


Vitória incontestável e cruel de quem foi infinitamente superior ao longo da partida. Claro que os desfalques e a expulsão pesaram, mas o Corinthians, que nada tinha a ver com isso, cumpriu e muito bem o seu papel e massacrou o rival para reassumir a segunda colocação, com dois pontos e um jogo a menos que o próprio São Paulo, que vai precisar de muita cabeça no lugar para levantar a cabeça após o vexame do Pacaembu e reencontrar o caminho das vitórias.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Destaques do Brasileirão – Parte I

100%

Cinco vitórias nos cinco primeiros jogos e liderança com folga São Paulopara o São Paulo. Nunca antes na história do Brasileirão (por pontos corridos) um time largou tão bem. Apostando na base, Carpeggiani armou um time sólido em sua retaguarda (melhor defesa do campeonato, com apenas um gol sofrido), mas ao mesmo tempo rápido e envolvente no setor ofensivo. O desafio para o time do Morumbi será se manter no topo durante o mês de julho e o começo de agosto, quando o time perderá o seu melhor jogador, Lucas, cedido à Seleção Brasileira para a disputa da Copa América, além de outros quatro atletas – entre eles Casemiro, destaque do time nesse inicio de campeonato – que integrarão o grupo da Seleção sub-20 que disputará o mundial da categoria.

Trio de Ferro

Além do líder São Paulo, os outros dois integrantes do trio de ferro paulista também vão muito bem, obrigado. O vice-líder Palmeiras conta com uma defesa firme, típica dos times de Luiz Felipe Scolari, mas sem perder o poder de fogo, tanto que o time verde e branco detém o melhor ataque do campeonato, com 10 tentos anotados, sendo quatro do contestado Luan, artilheiro da competição ao lado de Bernardo, do Vasco. No terceiro colocado e também invicto Corinthians, Tite vai aos poucos encontrando o seu time ideal. O também contestado Danilo enfim está jogando o que dele se espera, sendo participativo nas tramas ofensivas, mas o destaque do time fica por conta de Willian, autor de três dos sete gols alvinegros no Brasileiro. Com um jogo a menos, o time do Parque São Jorge ainda conta com a estréia do cerebral Alex no meio campo, que pode dar ainda mais criatividade à equipe.

Dupla Fla-Flu: Visitantes em pleno Engenhão

Cinco pontos em quinze disputados, três gols anotados e quatro sofridos. Esse é o scout da dupla que faturou os dois últimos nacionais jogando dentro do Engenhão. Dois desses pontos foram do Flamengo, que apesar da vitória sobre o Avaí em Macaé, não se encontrou no Estádio João Havelange nos empates diante de Corinthians e Botafogo. Embora tenha conseguido uma vitória no estádio sobre o Cruzeiro, a campanha do Fluminense em casa é ainda pior devido às duas derrotas incontestáveis para São Paulo e Bahia, onde o atual campeão brasileiro não viu a cor da bola.

Dança das Cadeiras

Cruzeiro Após um começo de ano avassalador, o Cruzeiro acusou o duro golpe da queda na Libertadores perante o Once Caldas, e desde então, não conseguiu repetir o bom futebol do inicio da temporada. Sobrou para Cuca, que pediu o boné após cinco rodadas sem triunfos no Brasileirão e deu lugar a Joel Santana no comando da Raposa. O “homem da prancheta”, que já fez ótimos trabalhos a frente de times não tão qualificados quanto o atual Cruzeiro, tem material humano e competência para ir longe com o time mineiro.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Peñarol 0x0 Santos - Sem craques, sem gols

Peñarol e Santos fizeram um grande jogo de futebol no Centenário, em Montevidéu. Tensão, chances para ambos os lados e belas jogadas marcaram a primeira partida das finais da Taça Libertadores, que no fim terminou em um empate sem gols.

Resultado que poderia ter sido outro não fosse pela noite apagada de dois jogadores, os dois craques de Peñarol e Santos, Martinuccio e Neymar. Em uma noite ruim, os dois não foram nem de longe os jogadores que conduziram seus times até a decisão.

Vigiado de perto por Adriano durante toda a primeira etapa, Martinuccio pouco participava do jogo. Responsável por grande parte das tramas ofensivas dos aurinegros, o camisa 10 errava passes e não era capaz de distribuir o jogo, com isso, o time insistia demais nas jogadas laterais, especialmente com o limitado Corujo, meia-direita no 4-4-1-1 de Diego Aguirre.

Neymar, por outro lado, não recebia marcação individual, no entanto esbarrava nas compactas linhas defensivas dos donos da casa e não conseguia a penetração na área como de costume. Sem ser efetivo, o camisa 11 "ressuscitou" um de seus piores defeitos, e passou mais a se jogar do que a jogar (inclusive recebeu um amarelo por isso) e assim como o craque argentino do time uruguaio, pouco produzia.

Uma das poucas boas participações da dupla na primeira etapa veio por Neymar, quando a "Jóia" saiu driblando da direita até a esquerda e deixou para Alex Sandro bater forte e Sosa fazer a defesa.

Com as estrelas apagadas, sobravam para os coadjuvantes a missão de conduzir as equipes em busca do gol. Pelo lado Carbonero, Corujo era o mais efetivo dos meias abertos, até dar lugar para Pacheco, que conseguiu pensar um pouco mais o jogo aurinegro por dentro, deslocando Martinuccio para a ponta esquerda e deixando Estoyanoff (que entrara no lugar de Mier) pela direita. No Peixe, Elano era quem deveria chamar a responsabilidade, mas o camisa 8 errava muito no último passe e não criava.

No fim, o Peñarol até chegou ao gol que lhe daria a vitória e a vantagem para o jogo da volta, mas o impedimento foi bem marcado pela arbitragem que anulou o tento de Diego Alonso. Tudo igual na primeira perna da decisão, inclusive a baixa produtividade das estrelas das equipes. Faltam 90 minutos para conhecermos o campeão das Américas, a esperança é que no Pacaembu, as estrelas voltem a brilhar.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Seleção da Temporada Européia 2010/2011

Fim de temporada é sempre época de eleger os melhores de cada posição, montar seleções.

Abaixo, segue a desse blogueiro, aberta a cornetadas e alterações dos amigos seguidores:

casillas IKER CASILLAS: Líder de um Real Madrid que após anos de marasmo, voltou a fazer frente e ameaçar o trono do rival Barcelona. Embaixo das traves dispensa comentários e por isso é o preferido do blog.

 

dani alves DANIEL ALVES: Acredito que seja unanimidade. Disparado melhor lateral do planeta, peca as vezes na marcação, mas compensa no campo ofensivo, nas tramas com a trinca de baixinhos do Barcelona e com as inúmeras assistências.

 

piqué GERARD PIQUÉ: Zagueiro de técnica ímpar, seguro nas disputas por baixo e também nas bolas aereas e de ótima saída de jogo. Ao lado de Abidal, Busquets ou até Mascherano, na remendada defesa blaugrana do segundo semestre de temporada, foi o pilar de segurança para Valdés.

 

thiago silva THIAGO SILVA: Faz jus ao apelido de Monstro. Zagueiro rápido e de ótima colocação, sempre antecipando ao avante. Não bastasse, é dinâmico e chegou a atuar também como volante no time rossonero.

 

marcelo MARCELO: Começou a temporada sob desconfiança, e cresceu muito sob o comando de José Mourinho. Corrigiu sua grande deficiencia na marcação e deveria ser figurinha carimbada na seleção de Mano Menezes, mas isso é assunto pra outro post.

 

busquets SERGIO BUSQUETS: Assim como Piqué, consegue aliar boa marcação a tecnica e contribuir tanto nos raros momentos de Barcelona sem a bola quanto nas transições ofensivas culés. Chegou a atuar como zagueiro em boa parte da temporada, devido às lesões de Puyol e Abidal, e ainda assim manteve a categoria de sempre.

 

xavi XAVI: Maestro que rege a grande orquestra chamada Barcelona. Lê o jogo como ninguém e está sempre deixando um companheiro na cara do gol com seus passes e lançamentos cirurgicos.

 

 

iniesta ANDRÉS INIESTA: Parceiro de Xavi, comanda o meio campo blaugrana, o meio campo que domina, irrita e liquida adversários. Assim como seu companheiro, está sempre achando alguém em liberdade para marcar, graças a sua excelente visão de jogo e qualidade nos passes.

 

messi LIONEL MESSI: Dispensa comentários. Qualquer adjetivo usado para qualificar Lionel Messi será repetitivo. Um ET, que tem tudo para ser eleito pela terceira vez consecutiva o melhor jogador do mundo.

 

cr7 CRISTIANO RONALDO: Se Messi levará a bola de ouro, o gajo será o dono da chuteira de ouro, com absurdos 54 gols na temporada – um a mais que o argentino. Dentre esses tentos, o que garantiu ao Madrid o título da Copa do Rey, que não vinha ha dezoito anos.

 

tevez CARLOS TEVEZ: Se os azuis de Manchester conseguiram a tão sonhada vaga na Champions League da próxima temporada, deve-se ao argentino. Artilheiro isolado do time, “El Apache” foi ainda decisivo na conquista da FA Cup.

 

guardiola PEP GUARDIOLA: Comanda o melhor time do mundo dos últimos três anos, conquistou a mais importante taça de clubes da Europa desbancando times espetaculares comandados por técnicos consagrados, como José Mourinho e Alex Ferguson. Menção honrosa para André Villas-Boas, que conquistou tudo a frente do FC Porto.

Gigante de torcida imensa e feliz

Precisando reverter o resultado negativo do primeiro jogo em São Januário, o Coritiba contava com o apoio da torcida que lotou o Couto Pereira e enriqueceu ainda mais o cenário para uma grande final de Copa do Brasil, digna da importância da competição nacional.

Sem poder contar com o suspenso Anderson Aquino, o técnico Marcelo Oliveira tomou uma decisão cautelosa e errada ao optar pela entrada de Marcos Paulo, mais um volante, o que alterou o sistema que fez do Coxa o time sensação do primeiro semestre, saindo do 4-2-3-1 para um 4-3-2-1, com Rafinha aberto pela direita e Davi centralizado, deixando Bill isolado.

No Vasco, Ricardo Gomes contava com a volta de duas peças fundamentais ausentes no primeiro duelo. Ramon, que foi o responsável pelo combate ao rápido Rafinha, e Éder Luís, a flecha dos contragolpes cruzmaltinos.

Mesmo melhor no inicio do jogo, mantendo a posse de bola e trabalhando na intermediária ofensiva, o Coritiba só conseguiu assustar de fato o gol de Fernando Prass em bola parada, quando Jonas cobrou falta no canto direito para bela defesa do arqueiro vascaíno.

Com o regulamento embaixo do braço, o Vasco cercava a sua área impedindo as ações ofensivas dos paranaenses e apostava nos contra ataques. Afiada, a dupla Diego Souza e Éder Luís foi quem infernizou a defesa coxa-branca. Na primeira participação do dueto, lançamento de Diego para Éder, que cortou pro pé direito e bateu na rede pelo lado de fora. Poucos minutos depois, a jogada se repetiu, passe do camisa 10 nas costas da defesa para o camisa 7, que dessa vez foi no fundo e cruzou rasteiro para Alecsandro, livre, tocar para o gol e ampliar a vantagem.

Além de ampliar o placar agregado, o gol serviu para esfriar o ímpeto alvi verde e diminuir o ritmo do jogo, até o técnico Marcelo Oliveira corrigir seu erro inicial e trocar Marcos Paulo por Leonardo, voltando o time ao funcional 4-2-3-1 dos melhores momentos da temporada.

Aberto pelo lado esquerdo e encostando em Bill, foi Leonardo quem iniciou a jogada que originou o gol de empate do Coxa, levantando para a direita da área, onde Jonas apareceu livre e escorou para Bill igualar. Empurrado pela empolgação que vinha das arquibancadas, o Coritiba voltou a pressionar e antes do intervalo conseguiu o tento da virada, quando Davi aproveitou rebote de Fernando Prass para soltar a bomba no ângulo esquerdo do goleiro.

A segunda etapa começou em ritmo morno, muito brigada e pouco jogada, até Éder Luís aparecer novamente, por volta dos 12 minutos e tirar a partida do banho-maria. O atacante recebeu pela direita e arriscou de fora da área, a bola foi no meio do gol e Edson Bastos aceitou.

Sem muito tempo e precisando de dois gols, Marcelo Oliveira partiu para o tudo ou nada e sacou Leo Gago para a entrada do habilidoso Marcos Aurélio, além de Lucas Mendes, zagueiro de origem que deu lugar ao ofensivo Eltinho na lateral esquerda. Antes que as alterações pudessem surtir algum efeito, Willian, agora volante único no Coxa, acertou uma bomba de fora da área e marcou um golaço para recolocar os paranaenses no jogo e aumentar a tensão.

Incansável e de raça invejável, o Coritiba sufocou o Vasco até o fim do cotejo, mas abusou dos chuveirinhos e desistiu de tentar criar alguma jogada por baixo. Nas bolas aéreas, mesmo atrapalhada, a zaga do Vasco levou a melhor e não deixou Fernando Prass correr riscos até o apito final de Sálvio Espíndola.
Depois de longos onze anos sem um título nacional (para mim, time grande não deve contar título da série B), o Vasco volta a conquistar o país, volta à Taça Libertadores, volta a fazer jus à alcunha de GIGANTE DA COLINA.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Vélez Sarsfield 2x1 Peñarol - QUE JOGO!

Quando se pensa em um grande jogo a primeira coisa que vem a mente são duas boas equipes com capacidade de proporcionar um grande espetáculo ao espectador. Pois na noite desta quinta-feira no Estádio José Amalfitani, tivemos além de duas boas e tradicionais equipes, todos os ingredientes que cercam uma excelente partida de futebol, gols, oportunidades perdidas, pênalti desperdiçado, expulsão e claro, muita luta e emoção.

Precisando reverter o placar adverso do primeiro jogo e contando com a volta de Moralez, o técnico Ricardo Gareca lançou a equipe em um 4-3-2-1 alternando para um 4-3-1-2 na medida em que Martinez se aproximava de Silva.

O Peñarol entrou no 4-4-1-1 que vem funcionando. Com a vantagem no placar, o time se fechou com duas linhas bem compactas atrás da linha da bola e apostava nas saídas em ligações diretas buscando o ótimo enganche Martinuccio.

Velez x PenarolO 4-3-2-1 que virava 4-3-1-2 do Velez, de acordo com a movimentação de Martínez; Peñarol com linhas compactas e apostando no veloz e habilidoso Martinuccio. 

Na primeira dessas bolas longas, por muito pouco o time uruguaio não abriu o placar logo aos dois minutos de bola rolando, quando Barovero fez ótima intervenção após finalização do camisa 10. O Peñarol se aproveitava do desespero dos argentinos e era melhor no jogo, mantendo mais a posse da bola e sofrendo pouco. Por volta dos trinta minutos apareceu a segunda oportunidade para Martinuccio, que dessa vez preferiu limpar toda a defesa antes de servir para Mier, que apareceu livre na esquerda para tocar por baixo do goleiro e abrir o placar.

O gol parece ter despertado o Vélez para o jogo, o time cresceu de produção e passou a atuar no campo de defesa dos carboneros. Martinez se movimentava bem e era o principal responsável pelos lances de perigo de “El Fortín”, e foi justamente o camisa 7 que chegou a empatar o jogo após linda trama pela esquerda, mas a arbitragem errou e anulou o tento. Tento que saiu no último minuto do primeiro tempo, quando Tobio (que entrara no lugar do capitão Cubero) aproveitou rebote do goleiro Sosa e empurrou pro gol.

Encaixotado na forte marcação imposta pelo trio Valdez, Gonzalez e Corujo (que fazia a direita da segunda linha, mas voltava para ajudar no combate pela direita), o jovem Moralez deu lugar a Ricky Alvarez e o Vélez passou a atuar de vez em um 4-3-1-2, com o camisa 11 atuando na articulação central e se aproximando de Martinez pela direita.

Velez x Peñarol 2Com a entrada de Alvarez, Velez de vez em 4-3-1-2, mas ainda muito dependente de Martínez no setor ofensivo.

A mexida melhorou o time argentino ofensivamente, porém defensivamente o time continuava a sofrer com as investidas de Martinuccio, que deu a Olivera a oportunidade de matar o jogo em um contra golpe aos vinte da etapa final, mas o grandalhão concluiu muito mal e jogou por cima do gol.

Em contrapartida, outro grandalhão, Santiago Silva, teve bem melhor sorte logo no minuto seguinte, quando Martinez escorou cruzamento para “El Tanque” soltar a bomba de canhota e virar o jogo para os argentinos. O clima de êxtase e a empolgação que tomou conta do estádio com o gol não diminuiu nem mesmo com a expulsão de Ortiz, apenas dois minutos depois do tento de Silva.

Martinez, incansável, continuava a dar trabalho para a defesa aurinegra, e por volta dos trinta minutos criou a chance de ouro para o tento que garantiria a classificação. Após ganhar disputa de bola com Dario Rodriguez, o camisa 7 invadiu a área e foi derrubado, pênalti. Na cobrança, Santiago Silva, que foi de herói a vilão quando escorregou e jogou por cima a chance de garantir a “V azulada” na decisão do torneio continental.

Os minutos finais foram de apreensão das duas torcidas, que viram um Peñarol com uma marcação forte e bem encaixada segurar a pressão do Vélez e carimbar o passaporte de volta à final, depois de longos 24 anos.


Peñarol e Santos reeditam a final de 1962. Nesse ano, tal como naquele, o Santos tem O CARA que decide que é Neymar e foi Pelé (que fique bem claro, isso não é nenhuma comparação entre os dois). O Peñarol tem um time azeitado, com marcação forte em duas linhas compactas atrás da linha que divide o gramado e saída rápida da defesa para o ataque, além de uma fera chamada Martinuccio. Com tradição e bons jogadores de ambos os lados, fica a certeza de uma grande decisão.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sufoco e alivio.

Após a vitória em casa pelo placar mínimo, o Santos sabia da dura missão que teria em Assunção para assegurar a vantagem e consequentemente, a vaga na decisão da Taça Libertadores.

O clima de guerra que cercava o cotejo foi por terra logo aos dois minutos de bola rolando, quando Elano levantou na área, a zaga falhou e Zé Eduardo apareceu livre para desviar para o fundo das redes e abrir o marcador, após 14 jogos sem anotar.

Silêncio nas arquibancadas do General Pablo Rojas. A “panela azulgrená” (como é conhecida a casa cerrista) esfriou, e junto com ela, a pressão inicial esperada pelo Peixe. O gol logo no inicio pôs fim em qualquer estratégia traçada por Leonardo Astrada, que se viu forçado a mexer no time logo após o gol, lançando o jovem meia Iturbe na vaga do volante Torres.

Na base do abafa, os paraguaios encurralavam o Santos em seu campo de defesa, enquanto os brasileiros buscavam pelos contra ataques. Em uma tentativa santista de contra golpear, Edu Dracena deu chutão da defesa para o ataque, mas Pedro Benitez se antecipou a Neymar e recuou de cabeça. O que o zagueiro e a torcida não contavam era com a incrível falha do arqueiro Barreto, que transformou uma defesa simples em um lance bizarro que culminou com o segundo gol alvinegro.

A esperança da torcida paraguaia renasceu quando César Benitez desviou cobrança de escanteio de Iturbe e diminuiu por volta dos trinta minutos. Novamente pressionado, o Peixe passava por maus momentos no fim da primeira etapa, foi quando brilhou a estrela de Neymar. Arouca arrancou pelo meio e deixou com o craque, que bateu sem chances para Barreto e ampliou a vantagem ainda no primeiro tempo.

Perdendo por quatro a um no placar agregado, o Cerro começou a segunda etapa na base do tudo ou nada e acuando o Santos, que não teve forças para sair do seu campo defensivo e aceitou a pressão, que logo resultou no gol de Lucero. O Peixe sentiu a pressão e o gol, e já não conseguia assustar a meta de Barreto, mero espectador do segundo tempo.

Na tentativa de segurar um pouco do ímpeto paraguaio, Muricy Ramalho trocou o apagado Elano por Rodrigo Possebon. Não funcionou. A mexida ‘chamou’ ainda mais o time azulgrená para ocupar o seu campo de ataque, no entanto, o time de Astrada pecava no último passe.

Fazendo jus a alcunha de “El Ciclón”, o Cerro chegou ao terceiro gol em bela jogada individual de Jonathan Fabbro, que recebeu pela esquerda e soltou a bomba de fora da área.

Mesmo precisando de mais dois gols para se classificar, a equipe paraguaia partiu para o ataque com força total, buscando no mínimo vencer e se despedir de forma honrada. Foram inúmeros cruzamentos e tentativas, incluindo uma bola no travessão e uma ótima intervenção de Rafael, que ajudaram o Santos a evitar a derrota e assegurar a vaga na decisão.

O time da defesa de Muricy Ramalho, que não havia sofrido dois gols em um único jogo desde a chegada do treinador, dessa vez falhou, escancarou suas deficiências e sua cada vez maior dependência de Neymar. O melhor jogador das Américas (em atividade no continente) é o diferencial de um time comum, mas que pode alcançar sua terceira taça graças a Jóia.