quinta-feira, 12 de maio de 2011

Na garra uruguaia. E no erro individual chileno.

Desde 1987 sem chegar a uma semifinal de Libertadores, o penta campeão Peñarol deu um enorme passo para chegar novamente entre os quatro melhores das Américas. Jogando diante de seu torcedor, que lotou o Estádio Centenário, o Peñarol, mesmo inferior tecnicamente ao bom time da Universidad Católica, se impôs na base da boa e velha garra uruguaia para conseguir a vitória por dois a zero e assegurar uma boa vantagem para o jogo da volta no Chile.

Na base do abafa, o time uruguaio saiu em busca do gol logo no inicio do jogo, mas parava na boa marcação da equipe chilena, que mais uma vez “espelhou” a formação do seu adversário e se compactou em duas linhas, saindo de seu habitual 4-3-2-1 para um 4-4-1-1, semelhante ao dos aurinegros.

Postadas de maneiras idênticas, as duas equipes dependiam demais de seus camisas 10 para as suas transições ofensivas. No Peñarol, que detinha uma maior posse de bola e passava mais tempo no campo de ataque, Martinuccio era o encarregado de distribuir o jogo, tentando fazer a bola chegar ao grandalhão Olivera. Pelo lado da Católica, que não conseguia sair da defesa para o ataque com a bola no chão, Cañete era quem recebia a bola – na maioria das vezes em ligações diretas – e tinha a responsabilidade de conduzi-la até o goleador Lucas Pratto.

O empate sem gols na casa do adversário parecia estar dentro da proposta da Católica, que continuava a se fechar, marcando por zona e esperando o momento certo de contra atacar. O que o técnico Juan Antonio Pizzi não contava era com a noite infeliz de seu goleiro, Paulo Garcés, que após cruzamento de Urretavizcaya, saiu atrapalhado do gol, trombou com um zagueiro e deixou a bola livre para o oportunista Olivera dar um biquinho para as redes e dar a vantagem aos Manyas no fim da primeira etapa.

O time chileno voltou melhor para o segundo tempo, ficando mais com a bola, trabalhando no chão com passes longos e muita movimentação, especialmente do centroavante Lucas Pratto, que tirava o sono da zaga uruguaia e por muito pouco não igualou o placar com belo voleio que o zagueiro Guilhermo Rodriguez cortou sobre a linha.

Agora era o Peñarol quem estava satisfeito com o resultado e aguardava por um vacilo do oponente para tentar liquidar a fatura em um contragolpe, no entanto, quando surgia a oportunidade de sair em velocidade, o time esbarrava nos inúmeros erros de passe de seu meio campo. Com isso, o ritmo e a produtividade do jogo caíram.

Até que no fim da partida, outra falha individual de Garcés determinou o placar final e pode comprometer a boa campanha dos chilenos até aqui. Em chutão da defesa aurinegra, o arqueiro saiu com domínio total do lance para ficar com ela, mas não conseguiu segurar e mais uma vez deixou fácil para o avante, dessa vez Martinuccio, que só empurrou para o gol vazio.

A boa vantagem por dois gols e sem sofrer em casa dá tranqüilidade para o Peñarol tentar voltar a figurar entre os maiores das Américas, lugar que é seu de direito. É a força do tradicional e aguerrido futebol uruguaio, que começou a ressurgir na Copa do Mundo, voltando a ser grande também no cenário clubístico.

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