domingo, 21 de novembro de 2010

Fim de Tabu

Arsenal x Tottenham Um tabu é sempre lembrado às vésperas de um grande clássico, especialmente quando se trata da maior rivalidade de uma metrópole como Londres e quando esse tabu já se perdura por extensos 17 anos. Esse foi o período que o Tottenham passou sem saber o que era vencer o seu arqui-rival, Arsenal, na casa Gunner – seja no Highbury Park ou o Emirates Estadium.

No duelo de ontem, válido pela 14ª rodada da Premier League, o técnico Harry Redknapp foi ao Emirates disposto a dar um fim no jejum, e para isso, lançou o time em um ousado 4-2-3-1, com Jenas e Modric fazendo as vezes de volantes, opção que não deu muito certo na primeira etapa.

Ambos os jogadores saiam demais pro jogo, e com isso deixavam um buraco à frente da zaga Spur, e foi nesse espaço que Fabregas ditou o ritmo dos primeiros quarenta e cinco minutos. Primeiro, com um lançamento primoroso, que encontrou Nasri em velocidade por trás de Ekotto. O camisa 8 ainda ganhou na dividida de Gomes antes de tocar para o gol vazio e abrir o placar. Em seguida, após longa e bela troca de passes dos donos da casa, o espanhol cortou bem o zagueiro e bateu forte por cima do gol. Ele queria mais.

O ritmo ditado por Fabregas envolvia os visitantes e assim dava a pinta de que o Arsenal iria impor uma sonora goleada sobre o seu rival. E em mais uma jogada iniciada pelo camisa 4, que conduziu a pelota em velocidade do campo de defesa para o ataque antes de passar para Arshavin na esquerda, o russo cruzou rasante para Chamakh desviar e ampliar o marcador.

Se o Tottenham conseguiu resistir ao insinuante futebol do Arsenal e sair com “apenas” dois de desvantagem na etapa inicial, se deve muito a (quase) perfeita atuação do zagueiro Kaboul, que fazia o possível e o impossível para evitar um desastre ainda maior.

Na volta do intervalo, diante do domínio Gunner, o técnico Harry Redknapp ousou novamente e trocou o inútil Aaron Lennon por Defoe, que voltara de grave lesão. Em chutão de Ekotto, o camisa 18 apareceu pela primeira vez na partida, com leve desvio de cabeça que deixou a bola na boa para Van der Vaart, o holandês dominou e passou para Bale, que com um toque de categoria tirou de Fabianski para diminuir logo aos cinco minutos da etapa final e dar sobrevida ao Tottenham.

Foi praticamente a primeira aparição do canhoto destaque do futebol inglês nesse começo de temporada em toda a partida, já que durante o primeiro tempo, ficou preso à ótima marcação de Bacary Sagna.

A alteração feita pelo treinador Spur, melhorou muito o time, que além de conseguir encurralar o rival no campo de defesa, conseguiu diminuir os espaços dados ao meio campo vermelho durante o primeiro tempo. O empate dos liliwhites começou a ser desenhado na falta sofrida por Modric, após bela jogada individual do croata. Van der Vaart cobrou a falta e Fabregas, presente na barreira, levantou o braço para cortar o trajeto da bola, pênalti claríssimo assinalado pelo árbitro e convertido pelo próprio holandês.

Vendo o crescimento do adversário, Wenger trocou o trio ofensivo, em busca de sangue novo e quem sabe, achar o tento da vitória, assim, lançou Van Persie, Walcott e Rosicky nos lugares de Chamakh, Nasri e Arshavin, respectivamente. Sem sucesso, o setor onde o time dominou na etapa inicial, dessa vez era dominado e a bola não chegava nos avantes.

Arsenal x Tottenham2

 Kaboul Quando o empate já parecia um resultado interessante tanto para o Arsenal, que somaria um ponto importante na busca pelo líder Chelsea e de quebra manteria o jejum sobre o rival, quanto para o Tottenham, que buscou a igualdade de forma heróica, uma falta na lateral do campo de defesa do time da casa mudou todo o rumo do cotejo. Van der Vaart cobrou com maestria para o meio da área e encontrou Kaboul, que desviou para o fundo das redes. O gol coroa a brilhante atuação do defensor francês, o melhor homem em campo e também, a perfeita leitura de Redknapp, que mexeu com a estrutura do time no intervalo e voltou com ainda mais sede de dar um fim no incomodo tabu.

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